sexta-feira, 27 de abril de 2012

Estamos à espera de quê ?

O sentimento de revolta está generalizado. De entre as reações que temos recebido destacamos este texto:
Falta um novo “25 de Abril”
Democracia de Base versus Democracia de Mordomias
O povo cada vez tem de cavar mais coutos para poder manter um só novo-rico. Por esta e por outras se vai ouvindo, com veemência, por todo o lado, que falta um novo “25 de Abril”. Isto é um desabafo de impotência e desilusão dum povo que se sente encurralado! Vasco Lourenço, líder da A25A, que, há 38 anos, foi um dos grandes actores da Revolução dos Cravos, disse ontem, no discurso do Rossio em Lisboa, que tanto responsáveis políticos como Assembleia da República "já não representam a sociedade portuguesa" e que já não estão "à altura das funções para que foram escolhidos". Acusa as elites portuguesas de actuarem "à porta fechada, escamoteando a realidade aos portugueses".

Este é um depoimento importante que merecia ser analisado fora do discurso politiqueiro enquadrado no dia-a-dia português; é um verdadeiro ataque à partidocracia portuguesa que, de facto, desde a sua origem, nunca se manteve à altura do legado de Portugal nem dos interesses do Povo português. Consequentemente haveria que questionar a Constituição que privilegia os partidos e elaborar um novo sistema de representatividade.

Desde as invasões francesas a alma portuguesa encontra-se empalamada. É um escândalo ver como suportamos parlamentos demasiado numerosos em países pequenos e como alimentamos eurodeputados insaciáveis. O mau exemplo vem das elites. A "realidade" de políticos e da propaganda partidária não tem nada a ver com a realidade do povo. Os vencimentos de personalidades políticas e de administradores de empresas públicas e privadas são a melhor prova de que o sistema falhou e se encontra ao serviço de alguns!

As organizações partidárias portuguesas encontram-se eivadas dum espírito mafioso engravatado e culto que não dá nas vistas. Em vez da preocupação pelo povo domina o interesse pela progressão na hierarquia partidária, por vezes sem quaisquer escrúpulos. A sociedade portuguesa foi habituada e alimentada com o discurso político à custa do discurso cultural, social e económico.A situação económica em que nos encontramos é consequência da crise cultural e moral que criámos. É urgente que políticos e elites, em geral, se convertam por atitude de inteligência ou mesmo oportunista. Se não se converteram à honra e à dignidade humana, o nosso futuro tornar-se-á num inferno. A partidocracia aliada aos poderes subterrâneos tem desacreditado a democracia representativa e encontra-se com a colectividade a caminho da ruina.A alternativa está numa metanóia de elites e de povo. A mudança passará da filosofia da afirmação do eu à custa do tu e do nós para uma ética de afirmação do nós onde o eu e o tu cresçam em dignidade e respeito. O nós passa a ser o ponto de partida e de chegada do nosso pensar e agir. O nós é mais que a soma do eu e do tu.Realmente torna-se cada vez mais óbvio um novo “25 de Abril” mas não só de cravos vermelhos, no coração de cada um. Já chega de ramos de cravos vermelhos com atilhos pretos. Portugal terá de se tornar num jardim onde crescem todas as flores em dança de cores. Portugal e a civilização ocidental têm que fazer uma cura. O primeiro tratamento será o de desenvenenar o pensamento! A geração mais nova e em especial as próximas gerações terão razão acrescentada para pedir contas, a nós, os da geração 68, e ao regime.
António da Cunha Duarte Justo

2 comentários:

Diogo disse...

A maioria dos portugueses foi convencida pelos Media que a «Crise» equivale a um desastre natural – como um Tsunami – e que a culpa não é de ninguém. Aconteceu porque tinha de acontecer.

Muitos outros, pura e simplesmente, não sabem nem se interessam pela política, mesmo que acabem a rapar caixotes do lixo e a dormir em vãos de escada.

Outro grande grupo sabe que a maioria dos políticos são todos uns ladrões, sentem-se revoltados, mas não têm coragem para fazer o que quer que seja.

Resta um grupo mais pequeno, informado, que percebe o mecanismo da ladroagem e que está disposto a agir para mudar este estado de coisas.


Existe um Polvo Financeiro que se apoia em quatro braços para rapinar este país. Esses braços são:

1 – O Poder legislativo – os poderosos escritórios de advogados que fazem leis à medida do dono. Os deputados são meras figuras decorativas.

2 – O Poder executivo – o Governo que toma as medidas que a cabeça do Polvo Financeiro lhe dita, alicerçado nas «leis» confeccionadas pelo Poder legislativo.

3 – O Poder Mediático – que martela incessantemente as medidas do Polvo Financeiro na cabeça da população e omite tudo o que não lhe interessar.

4 – O Poder Judicial – formado por alguns juízes em lugares chave que julgam e decidem invariavelmente a favor do Polvo Financeiro.


A forma de combater esta Máfia: ir cortando, pedaço a pedaço, ventosa a ventosa, os braços do Polvo Financeiro. Um Polvo só com cabeça mas sem braços torna-se impotente.

Abraço

pvnam disse...

DISPONIBILIDADE EMOCIONAL
.
-> Não faz sentido andar a perder tempo com pessoal que não se preocupa em construir em construir uma SOCIEDADE SUSTENTÁVEL (média de 2.1 filhos por mulher)... que critica a repressão dos Direitos das mulheres… e em simultâneo, para cúmulo (!),… defendem que se deve aproveitar a ‘boa produção’ demográfica proveniente de determinados países [aonde essa 'boa produção' foi proporcionada precisamente pela repressão dos Direitos das mulheres]… para resolver o deficit demográfico na Europa!
.
-> Muito muito mais importante do que a crise... é o DIREITO À SOBREVIVÊNCIA!!!
-> A sobrevivência é uma coisa difícil e complicada: 'n' civilizações já desapareceram...
.
-> De década em década numa alegre decadência 'kosovariana'... não obrigado!
--->>> Não vamos ser uns 'parvinhos-à-Sérvia'........ antes que seja tarde demais, há que mobilizar aquela minoria de europeus que possui disponibilidade emocional para se envolver num projecto de luta pela sobrevivência... e SEPARATISMO-50-50!...