domingo, 24 de outubro de 2010

Casas de Alterne à portuguesa

São muitas as casas de alterne em Portugal. São aliás cada vez mais. E não me refiro àquelas que servem uma pequena máfia siciliana apanhada em flagrante delito no Bombarral a lavar dinheiro da droga, armas e prostituição. Esssas casas de alterne apenas servem para encher os noticiários, desenhados para entreter e distraír os basbaques, o povo adormecido português, e os sidicatos, e também uma certa esquerda que ainda espera do Governo PS um milagre de N.ª Sra, talvez da N.ª Sra, a Rainha de Inglaterra.

Refiro-me às casas de alterne que permitem que incompetentes, corruptos e grupos organizados de ladrões cresçam enquanto criminosos e se potenciem como mafiosos, gente fria e controlada, com gravata e bem vestidos, mentirosos compulsivos mas com postura social, tudo em prole das organizações secretas para quem trabalham. E são muitas as casas de alterne que permitem que essa gente se prostitua sem se prostituir, que se venda sem se vender. É que o sistema já está todo assim, podre e corrupto, por isso ser diferente, ser sério e competente, isso sim é muito mal visto até aos olhos do povo, agora cego e enebriado com tanto caos social e jurídico.

É o dinheiro que manda. São aos milhões. É o dinheiro que todos compra e confunde. Tal como na Itália da Máfia dos anos 70 e 80. Mas agora, uma notícia sobre máfia siciliana a operar no nosso próprio país já não é notícia, a não ser para os basbaques. É que os nosso ladrões estão todos na política. É lá que tudo se passa. Lá e nas empresas associadas a cada partido político, nascidas e geradas por aconselhamento interno de militância. São essas as primeiras casas de alterne da hierarquia. Depois seguem-se Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais, Juntas Metropolitanas, Assembleias, Conselhos de Ministros, Presidências, Institutos. Tudo instituições públicas. Pagas com os contributos de cada família. Sendo hoje "público", um sinónimo de "alterne".

Depois como se não bastasse as próprias instituições públicas serem os locais de alterne, também os seus " funcionários", "humildes servidores" do Estado Português, ainda criaram um sistema rotativo - lá está - de "alternância política". Se o Governo é PSD, o Presidente é PS. Se o Presidente é PSD, o Governo tem de ser necessariamente PS. Esta é a regra de alternância, que na realidade é de alterne.

Quando Francisco Sá Carneiro pediu governos de maiorias, mataram-no. Porque foi aí que nasceu a peregrina ideia de que para haver estabilidade tinha de haver maiorias. Agora as maiorias transformaram todo o serviço público numa gigantesca máquina de alterne e de alternes. Provam-no factos desta natureza, tal como nos diz e muito bem o Dr. José Maria Martins no seu blogue, «o célebre artigo de Cavaco Silva, publicado no "Expresso" sobre a "Lei de Gresham", para atacar Santana Lopes e o PSD, deu frutos. Cavaco Silva conseguiu o que queria: derrubar o Governo PSD. Para depois se candidatar a Presidente da República. Tudo foi intencional. Cavaco Silva conhecia a teoria de não deverem ser postos todos os "ovos no mesmo cesto", ou seja, que o Presidente não deve ser da mesma linha politica que o Governo».

Afinal de contas, acusar as "meninas brasileiras" de serem políticas não me parece justo, numa sociedade onde tudo está trocado. Não deviam ser elas a ter a parte mais dolorosa deste trabalho de alterne... No entanto, são elas que continuam a pagar multas e a ser levadas com algemas para os calabouços das esquadras de polícia.

posto por Pedro Duarte

1 comentário:

JotaB disse...

A nível da presidência da república, tudo indica, nem sequer teremos alternância / alterne.
Quanto ao pessoal da governação, parece ter conseguido o acordo pretendido, tendo em vista a continuação da exploração do “ZÉ” e a distribuição dos despojos pelos sequazes dos dois principais grupos de rapinantes.